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A importância do reforço positivo.

É mais provável repetirmos um comportamento quando a experiência é satisfatória. ​

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Escrito por Breno Braga
Atualizado há mais de um mês

É perfeitamente lógico.

Sentimentos de prazer — até mesmo os mais básicos, como ir ao banheiro ou tomar um bom café — são sinais que dizem ao cérebro:

“Isso é bom. Faça isso novamente da próxima vez.”

Se uma experiência não é satisfatória, temos poucas razões para repeti-las. O prazer ensina a seu cérebro que vale a pena lembrar e repetir um comportamento.

Mas há um segredo. Nós não estamos procurando qualquer tipo de satisfação.

Estamos a procura de satisfação imediata, pois foi a estratégia de sobrevivência que funcionou para os nossos ancestrais.

O mundo evoluiu muito nos últimos anos — tecnologia, informações, formas de viver. Mas, curiosamente, a natureza humana mudou pouco.

Lá no passado, nossos ancestrais viviam focados no agora: escapar de perigos, garantir o alimento do dia, proteger-se do frio ou da chuva. Eles precisavam agir com base em recompensas imediatas para sobreviver.

É daí que vem, em parte, a nossa tendência a valorizar o presente mais do que o futuro.

Essa herança faz com que, muitas vezes, a gratificação instantânea pareça mais atraente do que um benefício a longo prazo. E entender isso é essencial quando falamos sobre comportamento, aprendizagem e tomada de decisão.

Por conta da forma como nosso cérebro foi moldado ao longo da história, é natural que busquemos pequenas recompensas rápidas ao longo do dia — aquela sensação imediata de prazer ou alívio.

No entanto, quando conseguimos adiar a gratificação e pensar no longo prazo, entramos em um caminho onde há menos concorrência… e maiores recompensas.

Veja alguns exemplos do dia a dia:

  • Ao se dedicar de verdade ao trabalho hoje, a recompensa vem em forma de pagamento ou reconhecimento algumas semanas depois.

  • Se você adia a vontade de assistir TV e escolhe fazer o dever de casa primeiro, tende a aprender mais e tirar melhores notas no fim do trimestre.

  • Ao economizar um pouco todos os meses, pode garantir uma aposentadoria mais tranquila no futuro.

Esse tipo de comportamento — escolher o que dá resultado duradouro em vez do que é imediato — exige prática. Mas, quando repetido com frequência, ele se transforma em hábito.

E é aí que entra um conceito interessante da filosofia grega, o Paradoxo de Sorites, que nos ajuda a entender o poder das pequenas ações:

"Uma única moeda faz alguém rico?"
Provavelmente não. Mas e se você adicionar uma, e mais uma, e mais uma?
Sozinha, cada moeda parece insignificante. Mas, com o tempo, a soma de pequenas ações gera um grande resultado.

No aprendizado, no comportamento e na vida, o que é construído aos poucos tende a ser mais sólido e duradouro.


🔁🪙 Em algum momento, você terá que admitir que uma moeda consegue tornar alguém rico.

Podemos dizer o mesmo sobre a mudança de comportamento escolar com a Gamefik.

Uma pequena mudança pode transformar sua vida? É improvável que sim.

Mas e se você fizer mais uma? E outra. E outra.

Em algum momento, você terá que admitir que sua vida foi transformada por uma pequena mudança.

Assim como uma moeda não o enriquecerá, uma mudança positiva, como fazer apenas um dever de casa ou estudar só para uma prova, provavelmente não trará uma diferença perceptível.

No entanto, gradualmente, á medida que você continua a acumular pequenas alterações, umas sobre as outras, a balança da vida começa a se deslocar.

Cada melhoria é como adicionar um grão de areia ao lado positivo da balança, inclinando lentamente as coisas a seu favor.

Quando um tipo de comportamento é repetido várias vezes, ele deixa de ser um acontecimento singular e se enraíza como um hábito na sua vida que será repetido inúmeras vezes.

O hábito é um ciclo que acontece em 4 etapas:

  1. 🔫 Gatilho — desperta o desejo

  2. 💗Desejo — motiva a agir

  3. ▶️ Ação — o esforço consciente

  4. 🏆 Recompensa — o que se ganha com o hábito

A realidade é que as pessoas melhores em retardar a gratificação tem maiores notas em provas de conhecimento, menores níveis de abuso de substâncias, menor probabilidade de obesidade, melhores respostas ao estresse e habilidades sociais superiores.

E a melhor maneira de mudar o nosso comportamento impulsivo é adicionar um pouco de prazer imediato aos hábitos que valem a pena a longo prazo — e um pouco de dor imediata para aqueles que não valem.

Você não consegue forçar o seu estudante a pensar ou agir da forma que você quer.

Se ele não quiser, ele não irá fazer o que você quer. E ponto.

No vídeo a seguir, o Matheus explica como a decisão mais inteligente para mudar o comportamento do estudante é fomentar a motivação intrínseca — de se comportar bem e estudar — através do estímulo extrínseco correto — a recompensa que desperta o desejo.

Para isso, precisamos usar a estrutura da formação de hábitos ao nosso favor:

🔫 Gatilho — desperta o desejo — Faça ser visível;

💗 Desejo — motiva a agir — Faça ser atraente;

▶️ Ação — o esforço consciente — Faça ser fácil;

🏆 Recompensa — o que se ganha com o hábito — Faça ser satisfatório.

E a melhor abordagem é usar o reforço, que se refere ao processo de usar uma recompensa imediata para aumentar a taxa de um comportamento.

Por isso, você quer que o final do seu hábito seja satisfatório.

Antes de agir, há um sentimento que o motiva a agir — o desejo.

Ou seja, primeiro, o desejo desperta. 💜🔥

​Após agir, há um sentimento que o ensina a repetir a ação no futuro — a recompensa.


E o prazer da recompensa sustenta o hábito. 🏆 🔁


No desenho Scooby-Doo, toda vez que um mistério era resolvido, o Scooby ganhava uma deliciosa recompensa e para ele essa era a melhor parte.

A metodologia da Gamefik combina a processo de decisão emocional e racional do estudante, pois o sentimento de prazer acontece antes e depois do comportamento.

💡Felizmente, é possível treinar-se para adiar a gratificação — mas você precisa trabalhar em consonância com a natureza humana, e não contra ela.

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