É perfeitamente lógico.
Sentimentos de prazer — até mesmo os mais básicos, como ir ao banheiro ou tomar um bom café — são sinais que dizem ao cérebro:
“Isso é bom. Faça isso novamente da próxima vez.”
Se uma experiência não é satisfatória, temos poucas razões para repeti-las. O prazer ensina a seu cérebro que vale a pena lembrar e repetir um comportamento.
Mas há um segredo. Nós não estamos procurando qualquer tipo de satisfação.
Estamos a procura de satisfação imediata, pois foi a estratégia de sobrevivência que funcionou para os nossos ancestrais.
O mundo evoluiu muito nos últimos anos — tecnologia, informações, formas de viver. Mas, curiosamente, a natureza humana mudou pouco.
Lá no passado, nossos ancestrais viviam focados no agora: escapar de perigos, garantir o alimento do dia, proteger-se do frio ou da chuva. Eles precisavam agir com base em recompensas imediatas para sobreviver.
É daí que vem, em parte, a nossa tendência a valorizar o presente mais do que o futuro.
Essa herança faz com que, muitas vezes, a gratificação instantânea pareça mais atraente do que um benefício a longo prazo. E entender isso é essencial quando falamos sobre comportamento, aprendizagem e tomada de decisão.
Por conta da forma como nosso cérebro foi moldado ao longo da história, é natural que busquemos pequenas recompensas rápidas ao longo do dia — aquela sensação imediata de prazer ou alívio.
No entanto, quando conseguimos adiar a gratificação e pensar no longo prazo, entramos em um caminho onde há menos concorrência… e maiores recompensas.
Veja alguns exemplos do dia a dia:
Ao se dedicar de verdade ao trabalho hoje, a recompensa vem em forma de pagamento ou reconhecimento algumas semanas depois.
Se você adia a vontade de assistir TV e escolhe fazer o dever de casa primeiro, tende a aprender mais e tirar melhores notas no fim do trimestre.
Ao economizar um pouco todos os meses, pode garantir uma aposentadoria mais tranquila no futuro.
Esse tipo de comportamento — escolher o que dá resultado duradouro em vez do que é imediato — exige prática. Mas, quando repetido com frequência, ele se transforma em hábito.
E é aí que entra um conceito interessante da filosofia grega, o Paradoxo de Sorites, que nos ajuda a entender o poder das pequenas ações:
"Uma única moeda faz alguém rico?"
Provavelmente não. Mas e se você adicionar uma, e mais uma, e mais uma?
Sozinha, cada moeda parece insignificante. Mas, com o tempo, a soma de pequenas ações gera um grande resultado.
No aprendizado, no comportamento e na vida, o que é construído aos poucos tende a ser mais sólido e duradouro.
🔁🪙 Em algum momento, você terá que admitir que uma moeda consegue tornar alguém rico.
Podemos dizer o mesmo sobre a mudança de comportamento escolar com a Gamefik.
Uma pequena mudança pode transformar sua vida? É improvável que sim.
Mas e se você fizer mais uma? E outra. E outra.
Em algum momento, você terá que admitir que sua vida foi transformada por uma pequena mudança.
Assim como uma moeda não o enriquecerá, uma mudança positiva, como fazer apenas um dever de casa ou estudar só para uma prova, provavelmente não trará uma diferença perceptível.
No entanto, gradualmente, á medida que você continua a acumular pequenas alterações, umas sobre as outras, a balança da vida começa a se deslocar.
Cada melhoria é como adicionar um grão de areia ao lado positivo da balança, inclinando lentamente as coisas a seu favor.
Quando um tipo de comportamento é repetido várias vezes, ele deixa de ser um acontecimento singular e se enraíza como um hábito na sua vida que será repetido inúmeras vezes.
O hábito é um ciclo que acontece em 4 etapas:
🔫 Gatilho — desperta o desejo
💗Desejo — motiva a agir
▶️ Ação — o esforço consciente
🏆 Recompensa — o que se ganha com o hábito
A realidade é que as pessoas melhores em retardar a gratificação tem maiores notas em provas de conhecimento, menores níveis de abuso de substâncias, menor probabilidade de obesidade, melhores respostas ao estresse e habilidades sociais superiores.
E a melhor maneira de mudar o nosso comportamento impulsivo é adicionar um pouco de prazer imediato aos hábitos que valem a pena a longo prazo — e um pouco de dor imediata para aqueles que não valem.
Você não consegue forçar o seu estudante a pensar ou agir da forma que você quer.
Se ele não quiser, ele não irá fazer o que você quer. E ponto.
No vídeo a seguir, o Matheus explica como a decisão mais inteligente para mudar o comportamento do estudante é fomentar a motivação intrínseca — de se comportar bem e estudar — através do estímulo extrínseco correto — a recompensa que desperta o desejo.
Para isso, precisamos usar a estrutura da formação de hábitos ao nosso favor:
🔫 Gatilho — desperta o desejo — Faça ser visível;
💗 Desejo — motiva a agir — Faça ser atraente;
▶️ Ação — o esforço consciente — Faça ser fácil;
🏆 Recompensa — o que se ganha com o hábito — Faça ser satisfatório.
E a melhor abordagem é usar o reforço, que se refere ao processo de usar uma recompensa imediata para aumentar a taxa de um comportamento.
Por isso, você quer que o final do seu hábito seja satisfatório.
Antes de agir, há um sentimento que o motiva a agir — o desejo.
Ou seja, primeiro, o desejo desperta. 💜🔥
Após agir, há um sentimento que o ensina a repetir a ação no futuro — a recompensa.
E o prazer da recompensa sustenta o hábito. 🏆 🔁
No desenho Scooby-Doo, toda vez que um mistério era resolvido, o Scooby ganhava uma deliciosa recompensa — e para ele essa era a melhor parte.
A metodologia da Gamefik combina a processo de decisão emocional e racional do estudante, pois o sentimento de prazer acontece antes e depois do comportamento.
💡Felizmente, é possível treinar-se para adiar a gratificação — mas você precisa trabalhar em consonância com a natureza humana, e não contra ela.