Desenvolver a atenção plena exige prática, ou seja, treino. Por onde podemos começar?

O primeiro passo para esse caminho e estimular a consciência corporal, ou seja, a percepção das nossas sensações corporais e dos seus significados. Podemos fazer isso simplesmente reservando cinco minutos do nosso dia para prestar atenção ao nosso corpo. Feche os olhos e observe, levando a sua atenção a pontos que chamam atenção, que estão tensos, incômodos ou doloridos. Apenas observe e tente descrever mentalmente essas sensações, quanto mais detalhes, mais autoconhecimento.

Treine também adiar o ato de comer em 5-10minutos. E nesse tempo, observe o seu corpo, verifique aonde se encontra o sinal que o impulsiona a comer: no estômago, na boca, na mente? Consegue diferenciar se é fome, desejo ou uma busca por conforto devido a um sentimento? Quais são os pensamentos que te chama a atenção?

Quando for comer, esteja presente. Desligue a tv, o celular e sente na mesa. Perceba a comida, seus cheiros, suas formas e cores. Coloque pequenos pedaços na boca, mastigue devagar, saboreie. Quanto maior o prazer, menor a quantidade que precisamos ingerir.

No dia a dia, busque se concentrar nas atividades cotidianas: enquanto estiver dirigindo, cozinhando, lavando louça, lendo, trabalhando, se exercitando, busque estar presente, prestando atenção nos seus movimentos, nos cheiros, nas imagens e no ambiente e quando perceber que seu pensamento ou outra atividade está te levando para longe, volte.
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Toda técnica, atividade ou exercício que exija concentração, nos ajuda nessa prática. É aqui que a meditação se assemelha aos exercícios de atenção plena, na verdade, muitas técnicas de meditação podem ajudar no alcance desse estado de presença, pois estimulam a concentração. Do ato de entoar um mantra a prestar atenção na respiração, toda técnica que traga foco, diminui frequência do pensamento e possibilita o “mindfulness”.

Escrito por Flávia Scavone
Psicóloga I CRP 06/58691