Você já contou quantas vezes ouviu alguém falar aquela velha frase: Se você quer realmente emagrecer tem que mudar seus hábitos! Pois é, o pior é que eles não estão totalmente errados, se existe um segredo de sucesso para uma vida saudável, aqui está ele.
Ok, mas vamos combinar? Se tem uma coisa que todo mundo sente dificuldade (uns mais, outros menos é verdade) é mudar ou adotar um novo hábito a rotina. Pense quantas vezes você tentou começar um curso, entrar na academia, trocar de emprego, parar de fumar ou mesmo emagrecer e acabou ficando no meio do caminho. Acredite, o motivo de tudo isso é um só: fazer o cérebro sair da zona de conforto e se lançar ao novo não é uma tarefa fácil.
O que são hábitos?
Por definição qualquer ação que repetimos com frequência de maneira consciente, ou não, é um hábito. O mais curioso é que a maioria deles é realizada de forma totalmente inconsciente, ou seja no automático mesmo. Segundo uma pesquisa da Universidade Duke, dos Estados Unidos, citada no livro “Ano novo, corpo novo”*, passamos cerca de 40% do dia (sim 9,6 horas!!!) apenas colocando em prática atitudes totalmente automáticas.
Embora difícil de acreditar, manter hábitos automáticos é importante e necessário, afinal com eles o cérebro pode economizar energia e poupar neurônios. Imagine se toda vez que você fosse escovar os dentes, seu cérebro tivesse que reaprender como fazer. É a mesma situação de um motorista de ônibus que tivesse que todos os dias ler o manual de instruções do veículo e fazer tudo do zero, como da primeira vez que dirigiu.
Para criar e registrar um novo hábito é preciso mais energia, esforço e disposição do cérebro, tudo o que ele não quer gastar.
No momento que o cérebro registra um hábito e nos faz parar de pensar constantemente em comportamentos básicos, como andar e até mesmo escolher o que comer, poupamos energia mental que fica disponível para inventar e experimentar coisas novas. Percebeu como a mudança de um novo hábito, também chamada de sair da zona de conforto literalmente dá trabalho?
Mas, então como vencer essa preguiça mental e fazer o cérebro mudar ou criar um novo hábito?
Primeiro de tudo é essencial ser persistente e dedicado, já que as mudanças e inovações em nossos hábitos só vão acontecer a longo prazo e se forem reforçadas constantemente. Pensar ao contrário é acreditar que ir uma única vez na academia é o suficiente para ficar com o corpo perfeito. Além disso, como deu para perceber, por mais que você já conheça muito bem a importância de mudar os hábitos e emagrecer, se não se esforçar a tendência é cair nos velhos hábitos, pois o seu cérebro pelo menos vai te empurrar para isso. Outro ponto importante para promover essa mudança é entender como um hábito se forma, portanto vamos entender o ciclo de formação de um hábito.
E então, vamos substituir um hábito e criar um novo?
Antes de começar a mudança, vale manter em mente que não há uma receita de bolo ou padrão para que a mudança aconteça, uma vez que cada hábito é diferente do outro, assim como cada pessoa é única. Algumas pessoas podem demorar dias, outras meses e até mesmos anos para tornar um novo hábito algo automático. Por isso, vá com calma, ok!?
Lembre-se de outra importante lição: você vai escorregar! E quando isso acontecer, levante e não desista, pois o primeiro passo ainda é a persistência. Para encontrar os pontos de deslize e onde é preciso tomar mais cuidado, faça um diário e anote cada dia que cumprir ou não o novo hábito. Quando não cumprir, anote quais as situações e sentimentos que podem ter te levado a isso.
Aproveitando comece mudando um hábito de cada vez, ok!? Não esqueça que quando está em busca de algo novo, o esforço cerebral é maior, e isso significa mais energia gasta. Tudo o que você não vai querer agora é ter uma fadiga cerebral, certo!? Sem falar que se você de uma hora para outra, cortar todos os prazeres aos que seu cérebro está acostumado, provavelmente não conseguirá suportar essa situação por muito tempo.
Basicamente para formação de um novo hábito existem 3 etapas: gatilho, rotina e recompensa. Identificar e compreender cada uma dessas etapas do ciclo favorece a aceitação do novo hábito, da mesma maneira que permite que hábitos abandonados sejam retomados, cada vez que o ciclo for estabelecido.
Escrito por Flávia Scavone
Psicóloga I CRP 06/58691