Algumas pessoas não têm consciência do seu prolapso e não têm problemas com a intimidade. Em contrapartida, outras pessoas com POP podem ter um impacto significativo nas relações íntimas com um parceiro ou potencial parceiro.
Os sintomas físicos do POP, como a dor e a incontinência, podem afetar a atividade sexual ou o desejo sexual. Isto, por sua vez, pode afetar o bem-estar emocional, a autoconfiança e a ligação com o parceiro.
Conversar abertamente com o parceiro pode permitir-lhe compreender os seus sintomas, necessidades e limites no que diz respeito à intimidade e reduz qualquer frustração, vergonha e falha de comunicação que possa ocorrer.
Não há problema em sentir-se sobrecarregado ou sem saber por onde começar estas conversas com um parceiro, especialmente se tiver um novo parceiro sexual.
Formas de explorar o tema com o seu parceiro
Os parceiros podem sentir-se relutantes em ter relações sexuais devido ao medo de lhe causar dor ou desconforto.
A maioria das pessoas que têm prolapso da parede vaginal anterior (bexiga) ou prolapso da parede vaginal posterior (intestino) não sente qualquer dor durante as relações sexuais e não se sente incomodada com os seus sintomas. Informar o seu parceiro dos sintomas que tem e das posições que são confortáveis para si pode aliviar estas preocupações.
Pode estar preocupada com o facto de o seu parceiro poder "sentir" o prolapso durante o ato sexual.
A parede vaginal é flexível e móvel, o que significa que uma protrusão ligeira a moderada pode ser facilmente deslocada com a penetração e não é sentida pelo pénis do parceiro. Este facto pode ser importante para ambos os parceiros discutirem, uma vez que pode tranquilizar o outro se não houver desconforto ou alteração da sensação sentida.
Informar a sua parceira de que é muito pouco provável que o coito vaginal agrave o prolapso vaginal
Pode novamente reduzir o medo e a hesitação em relação à intimidade e ao ato sexual.
Seja honesta e aberta com o seu parceiro sobre as medidas que poderá ter de tomar para reduzir o risco de fugas.
Algumas pessoas podem sofrer de incontinência urinária ou fecal em consequência do prolapso. Isto pode criar medo de ter perdas durante o ato sexual e reduzir a função sexual. Seja honesto e partilhe os passos para o evitar - como esvaziar a bexiga ou os intestinos antes do sexo (incluindo a utilização de talas). Se ambos os parceiros estiverem preparados e conscientes da probabilidade de ocorrência de incontinência coital, esta pode ser facilmente gerida e levar a uma maior descontração e conforto na intimidade.
Fale abertamente com o seu parceiro sobre o que sabe bem ou melhora a sensação.
Como em qualquer aspeto da intimidade sexual, a abertura pode ajudar a melhorar a experiência para ambos os parceiros.
Dicas que podem melhorar a função sexual com POP
Lubrificação. Uma boa lubrificação pode reduzir o desconforto físico e ajudar a promover sensações agradáveis. O prolapso está associado ao adelgaçamento das paredes vaginais, pelo que a lubrificação pode melhorar o conforto e a excitação. Utilize os melhores ingredientes de lubrificantes para a sua saúde vaginal (os lubrificantes à base de óleo e petróleo podem contribuir para uma infeção vaginal).
Preparar-se para o coito/antes dos jogos. Tenha em conta as suas próprias necessidades e o seu prazer, e não apenas as do seu parceiro. Sempre que possível, tente manter-se no momento, concentrando a sua atenção nos preliminares, nas sensações físicas e/ou na proximidade, em vez de falar de si própria de forma negativa. A respiração lenta e profunda pode ajudá-lo a relaxar o seu corpo, incluindo os músculos do pavimento pélvico.
Sexo não penetrativo. Como a maioria dos POP não sobressai para fora da vagina, não há alteração da sensação externa ou do clítoris com o POP. Comunique com o seu parceiro sobre que outras formas de sexo ou toque podem ser melhores para si.
Posicionamento para o sexo. Especialmente com o prolapso uterino (descida do útero e do colo do útero para o canal vaginal), algumas posições podem ser desconfortáveis. As posições deitadas de lado podem ser mais confortáveis para o sexo com penetração, mas, em última análise, comunicar com o seu parceiro quais as posições que são confortáveis e agradáveis para si é a melhor forma de reduzir o stress e o desconforto em relação ao sexo.
Nota: Se foi submetida a uma cirurgia de reparação ginecológica, informe-se junto do seu cirurgião sobre quando poderá ter relações sexuais. Devido à dor e ao desconforto após uma grande cirurgia, é frequente haver relutância (de ambos os parceiros) em retomar as relações sexuais. Pode demorar até 8 semanas para que a dor desapareça. Se a dor for crónica e persistente, deve consultar um especialista.
É útil lembrar que não está sozinha na sua jornada de POP. Recorra a grupos de apoio online de outras mulheres com POP, ou procure ajuda profissional se sentir que está a afetar a sua relação ou o seu bem-estar. Encontrar alguém em quem confie e com quem se sinta à vontade para falar sobre este assunto pode muitas vezes ser o primeiro passo para obter ajuda. Na nossa experiência, um bom fisioterapeuta especializado em saúde da mulher pode ser o ponto de partida. No entanto, pode ser útil a ajuda de um conselheiro de casais ou de um terapeuta sexual.