A autoestima é a capacidade que temos de gostar de nós mesmos, de se sentir bem, feliz e confiante mesmo quando nada está bem ao nosso redor – porque sabemos o nosso valor. Esse estado de “amar a si mesmo” requer atitudes como o autorrespeito, a autoaceitação e o autoconhecimento.
Basicamente, é a autoestima que determina a maneira como as pessoas se relacionam com o mundo, encaram os desafios da rotina diária e se protegem ou se expõem em situações que exigem controle emocional.
No entanto, o grande problema é que o número de pessoas com baixa autoestima só aumenta, o que pode trazer efeitos negativos, aumentando o risco de doenças como ansiedade e depressão.
A boa notícia é que é possível restaurar esse relacionamento com você e se tornar mais feliz e positivo. Pode ser uma tarefa desafiadora e demorada, que talvez exija ajuda profissional, dependendo de cada caso. Mas não desanime e saiba como curtir sua jornada.
Como identificar que minha autoestima é baixa?
É normal se julgar em alguns momentos, a começar pelo corpo. Principalmente as mulheres, que ainda sofrem com a pressão imposta por padrões de beleza que sempre existiram e mudam de acordo com a época que vivemos.
“O sentimento de frustração é o principal vilão da autoestima. A pessoa não se reconhece como merecedora de coisas boas, tampouco enxerga suas qualidades, nem se valoriza como o ser humano que é”, pontua Silvia Donati, coach e leader coach pela Sociedade Brasileira de Coaching.
Segundo Donati, há ainda outras formas de detectar a baixa autoestima. Algumas delas:
Projeção da felicidade em fatores externos. Em outras palavras, você só fica feliz quando compra algo novo, viaja, conquista uma promoção ou ganha dinheiro. “A autoestima não depende de acontecimentos para existir. É um estado de felicidade e equilíbrio interno”, esclarece a coach.
Necessidade de reconhecimento e aprovação de terceiros: se não houver alguém elogiando seu trabalho ou atitude, haverá frustração e sentimentos de inferioridade rondando os pensamentos.
Autojulgamento constante que atrapalha até mesmo o relacionamento com outras pessoas. Por exemplo, é difícil aceitar um elogio de alguém sobre sua aparência ou trabalho – há uma cobrança excessiva para ser bom em tudo.
Insatisfação com a aparência, sempre buscando formas de mudar o visual porque a imagem atual nunca está boa o bastante para o indivíduo.
Comparação com os outros, criando uma distorção de imagem de si próprio. Esse distúrbio está cada vez mais frequente por causa das redes sociais: influenciadores e celebridades postam sobre suas vidas e selfies irretocáveis, o que aumenta a decepção por não ter aquele status e aparência. Sabe aquele ditado que “a grama do vizinho é sempre mais verde”? Pois é exatamente esse sentimento despertado com esse tipo de conteúdo virtual.
Riscos para a saúde
Autoestima baixa é coisa séria que pode levar a transtornos nocivos para a saúde mental, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, bulimia, anorexia e outros distúrbios. Ou seja, o que parece inofensivo pode virar doença e situações mais extremas – automutilação e até suicídio.
Como melhorar a sua autoestima
Cerque-se de pessoas que ajudem você a enxergar e resgatar seus valores – inclusive auxílio profissional. Fazer terapia é uma forma de mergulhar em suas camadas mais profundas e descobrir a origem de suas inseguranças.
Faça uma lista com todas as qualidades e conquistas que você possui. Deixe-a em um local visível para sempre se lembrar.
Inspire-se e se espelhe em pessoas que são exemplo de autoestima elevada, que se amam como são, independentemente de peso, forma física e situação de vida. Lembre-se de que a satisfação deve ser de dentro para fora, mas ter ídolos que impulsionem esse processo pode ajudar.
Crie uma rotina de autocuidado, com atividades que façam você se sentir bem. Experimente dar uma caminhada depois do trabalho, praticar yoga, meditar, fazer uma refeição saborosa. Tudo é válido para se sentir bem e se curtir.
Corte relacionamentos tóxicos de sua vida – pessoas que reclamam demais, que julgam ou que fazem de tudo para que você se sinta desconfortável ou diminuído.
Mesmo que você não se sinta satisfeito com sua imagem ou com algo em sua rotina, tudo bem. Valorize seus pontos fortes e crie estratégias para mudar o que não está bom.
Respeite seus altos e baixos. Mesmo com a autoestima elevada, é normal ter dias ruins e se sentir mal. Aprenda a diferenciar momentos de estados permanentes para não alimentar sentimentos negativos.
Busque autoconhecimento: faça um curso, retiro ou qualquer vivência que alimente a mente com informações e experiências enriquecedoras. Às vezes, até um bate-papo com amigos pode ser uma oportunidade de recuperar a autoestima perdida.